segunda-feira, 10 de dezembro de 2007




VACINAÇÃO EM CÃES

“É bobagem vacinar meu cão, ele está saudável e não adoece”. Ou , “não vou vacinar meu cão, eu já vacinei outros cães antes e eles morreram”.

Muitas vezes escutamos os donos de animais dizerem isso na clínica e acharem que estão certos. Não estão. Porque um cão, mesmo saudável, pode adoecer e se pudermos evitar que seja por uma doença infecciosa grave, melhor. E também, porque é muito difícil um animal morrer em conseqüência da vacina.

A vacinação funciona melhor quando dada em um animal saudável (tratado contra vermes, com alimentação correta - se filhote, com suplementação de cálcio, fósforo, sais minerais e vitaminas), criado de maneira correta para sua raça e seu tamanho, com instalações adequadas para ele em casa (ter abrigo contra frio, chuva, sol direto , etc).

A vacina é, para o animal, como se fosse injetado nele um molde para fabricar defesas (anticorpos) contra doenças. Ele mesmo poderia fabricar esse moldes, mas algumas doenças são tão rápidas que até o organismo do animal conseguir fabricar essa defesa, seu organismo já foi muito atacado pela doença e o animal pode morrer. Então, o que geralmente se faz contra essa doença é dar esse molde ao corpo do animal e quando a doença chegar, ele já estará com sua defesa preparada. Se o corpo do animal estiver saudável, ele usa esse molde e fabrica uma boa defesa. Se o animal estiver apenas razoável, ele só conseguirá fabricar uma defesa razoável.

As principais vacinas dadas são :

anti rábica (contra raiva), e as contra parvovirose, contra cinomose, contra parainfluenza canina, contra hepatite infecciosa canina, contra leptospirose, contra coronavirose.

Destas, a raiva e a leptospirose são zoonoses, isto é, são doenças comuns a seres humanos e aos animais. (doenças que o animal pode transmitir para o ser humano e o ser humano pode transmitir ao animal).

Todas essas vacinas protegem contra doenças que são graves, relativamente fáceis de serem contraídas (são infecciosas), mortais e de curso incerto, isto é, quando o animal adoece , é difícil saber se ele vai reagir a medicação ou não. Porém que isso não sirva de pretexto para seu animal morrer largado no fundo de seu quintal, porque vários animais só sobrevivem por causa do tratamento que é feito para combater infecções secundárias, aumentar a resistência e para melhorar o estado geral do animal.

As vacinas fazem parte de uma estratégia de tratamento essencial que é realizado no primeiro ano de vida do animal, principalmente para que o cão cresça saudável e bonito. Sendo feito isso, os outros anos serão só de manutenção. Esses cuidados, no seu primeiro ano, são as vacinas, tratar o animal contra vermes, dar a alimentação correta, suplementar com cálcio, fósforo, sais minerais e vitaminas se necessário, e a avaliação mensal do veterinário, principalmente nos quatro primeiros meses de vida.

O esquema mais comum é aquele em o cão é vacinado aos 2, 3 e 4 meses de vida e depois anualmente (vacina anti rábica só depois dos 4 meses).

Casos especiais devem ser tratados como especiais.

O ideal é levar o animal ao veterinário assim que é pego para se fazer uma avaliação do animal e ser dada orientação de como trata-lo.

A seguir, para finalizar, listo uma série de bons motivos para seu animal ser vacinado, e corretamente:

· a vacina é mais barata que o preço de um tratamento e mais garantida, pois enquanto ela protege, um tratamento tenta curar ( e as vezes consegue, e outras não)

· o animal estar saudável não é sinal que ele não vá adoecer, nós quando pegamos gripe estávamos saudáveis antes.

· ter dó de vacinar o animal não é contraditório ? Não é pior ele adoecer?

· se você pagou caro por um cão, proteja seu investimento e o vacine. Você não coloca alarme no seu carro? Pois é.

· clínica veterinária não é só local para curar doenças, é local também para previni-las e evitá-las.

A vacina não é tão cara se você imaginar que ela ajudará seu animal a se manter saudável. É mais barato prevenir que remediar.


Assim que você comprar ou ganhar um cachorrinho, convém levá-lo ao Médico Veterinario para uma avaliação geral. Enquanto seu animalzinho não estiver com as vacinas em dia tome cuidado para que ele entre em contato apenas com cães saudáveis e, quando levá-lo na clínica veterinária mantenha-o no colo e distante dos outros cães.

Quadro de vacinação em Cães
60 dias de idade Vacina Octupla - 1ª dose
90 dias de idade Vacina Octupla - 2ª dose
120 dias de idade Vacina Octupla - 3ª dose
1 semana após a aplicação da 3ª dose da Octupla Vacina Anti-Rábica



OBS: O reforço das vacinas octopla e Anti-rábica deve ser anual.

Veja a seguir as doeças, que são evitadas com a vacinação, e os seus sintomas. Ao menor sinal leve o seu cão a um Médico veterinário, somente ele é capaz de avaliar, diagnosticar e tratar uma doença.

CINOMOSE: Enfermidade infectocontagiosa aguda, sub-aguda ou crônica; febril, particular da família canina entre os animais domésticos. Somente o cão. Sua transmissão se dá por vias respiratórias e digestivas. Na fase aguda o vírus é eliminado intensamente e em abundância pela secreção ocular, urina e fezes.

Manifestação:

1º. fase - digestiva: em que o animal apresenta vômitos, diarréia, mucosa sanguinolenta, anorexia, temperatura acima de 40ºC.
2º. fase - respiratória: Broncopneumonia intensa, secreções mucosas e senomucosas, que depois passam para purulentas, geralmente por infecções secundárias.
3º. fase - nervosa: Nesta fase aparecem alterações mioclonais ( tic nervoso ), podendo encontrar as três fases ou apenas uma delas. A mais perigosa é a nervosa. Toda vez que suspeitar de cinomose ou leptospirose, a temperatura deverá estar acima de 40 ºC.

HEPATITE: Enfermidade infectocontagiosa aguda, causada por vírus resistente ao éter, álcool, clorofórmio e sensível ao formol e calor. Período de encubação: 4 a 9 dias.

Manifestação:

Animais jovens: morte súbita sem nenhum sinal clínico.
Primeiro sinal: hipertemia passageira de 24 a 48 horas, temperatura de 40º a 40,5º, caindo logo após; apresenta sede intensa, anorexia, congestão das amígdalas, congestão das mucosas e da faringe, congestão conjuntival (pálpebras vermelhas), congestão da conjutiva nasal e bucal, fotofobia, hemorragias bucais, esquimoses na pele ( pinta ou pontos vermelhos). Principalmente na frente (abdômen) e faces internas da coxa e mucosa peniana, dispinéia (dificuldade respiratória) por edema pulmonar (pulmão cheio de líquidos), animais adotam posição de sentar, para aliviar a pressão.

LEPTOSPIROSE: Doença infecciosa grave que atinge os homens e os animais, sendo causada por uma bactéria a Leptospira sp presente na urina dos ratos e camundongos. A contaminação se da quando o animal, ou o indivíduo entra em contato com água ou lama que contenha a Leptospira. Esta penetra no organismo através de ferimentos na pele ou mesmo na pele integra quando num contato mais prolongado e também pelas mucosas (boca - nariz - olhos - órgãos genitais ).

Manifestação:

Vômitos e diarréia as vezes com sangue, urina com sangue, icterícia.
PARAINFLUENZA: Tosse persistente, e as vezes associado a pneumonia. Esta doença é chamada tosse de canis.

PARVOVIROSE: Doença de cães seria e altamente contagiosa, e a infecção se dá pelo Parvovirus Canino que tem um curto período de incubação.

Manifestação:

Os sintomas mais comuns são de morte súbita quando tivermos o modo cardíaco, com depressão e disfunções respiratórias. Vômitos, diarréias e desidratações são os sintomas do modo gastroentestinal que tem como sinal principal fezes sanguinolentas.

CORONAVIROSE: Doença viral, com um quadro semelhante à Parvovirose.


RAIVA: Doença infecto contagiosa aguda e fatal, caracterizada por sinais nervosos, apresentados por agressividade e por semi-paralisia ou paralisia. Tempo de encubação: pode aparecer de 10 a 90 dias.


A IMPORTÂNCIA DA VACINAÇÃO

A vacinação é um dos cuidados mais importantes que devemos ter com o nosso cão ou gato. É através dela que o sistema de defesa do animal "aprende" a produzir determinados anticorpos, rapidamente.

A vacina contém vírus e/ou bactérias, mortos ou inativados, que NÃO causam a doença, mas ensinam o organismo a se defender contra ela. Quando aplicada em um animal saudável, ou seja, tratado contra vermes, recebendo alimentação apropriada a sua raça e seu tamanho e vivendo em instalações adequadas ,sua eficiência é ainda maior.
Os caninos e os felinos são vulneráveis a doenças que podem ser fatais ou de muito sofrimento, além de envolverem tratamento dispendioso. Portanto a melhor maneira de proteger seu animal de estimação é vaciná-lo.

O médico veterinário é a única pessoa que pode interpretar e adaptar conscientemente o programa de vacinação. Ele emitirá atestado de vacinação, com validade legal, em casos de acidentes por mordedura em que o animal esteja envolvido, também reduzirá o risco de eles contaminarem outros animais.

São quatro as vacinas recomendadas para os cães: vacina déctupla, anti-rábica, contra giardíase e contra tosse dos canis.

A vacinação de cães filhotes se inicia aos 45 dias após o nascimento, sendo reforçada anualmente. Os gatos devem receber três doses da vacina contra a Panleucopenia Felina, as viroses respiratórias (Rinotraqueíte e Calicevirose) e contra a Clamidiose, a vacinação de felinos se inicia quando o filhote tem 60 dias de idade, fazendo reforço anual também.

A vacina não é tão cara se você imaginar que ela ajudará seu animal a se manter saudável. É mais barato prevenir que remediar.Pense nisso!